Eneida Sanches estudou Arquitetura e Belas Artes na Universidade Federal da Bahia. Seu trabalho de pesquisa sobre estética africana e afro-brasileira teve início em 1990 e entre 1995 e 2000 estudou gravura em metal nas oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia. A partir dos anos 2000, sua produção volta-se para o Transe- Deslocamento de Dimensões definindo-o como o eixo do processo artístico e com consequente presença nas obras a partir dali expostas. Suas gravuras tomam forma de grandes painéis, objetos, roupas e instalações com projeções e em mapping.
Neste percurso, ela deixa de lado alguns rigores que fundamentam essa tradicional técnica, relacionados ao desvanecimento da imagem e controle relacionado à tiragem. A gravura de Eneida firma uma intenção voltada à produção de texturas e descontinuidades que permitem deslocamento de dimensões a partir da exposição de imagens sobre imagens, e dos objetos/gravuras sob a incidência da luz, suprimindo assim o conceito de série, mas preservando o efeito serial resultante de sua justaposição. A natureza especular deste tipo de manipulação da gravura, este reviramento da imagem, na origem, para torná-la o que ela é, preside à construção de todo o sentido da sua obra desde 2000.
Expõe a vídeo instalação Transe no Festival Vídeo Brasil 2013 – SP em parceria com Tracy Collins. Em 2015 foi indicada ao Prêmio PIPA e participou da 3a Bienal da Bahia em parceria com Tracy Collins. Em 2016 apresenta sua obra no Itaú Cultural SP na coletiva Diálogos Ausentes com curadoria de Rosana Paulino e Diane Lima e em 2018 participa da mostra PretAtitudes, curadoria de Claudinei Silva.
Em 2020 apresenta suas obras na Mostra Estratégias do Feminino, Bienal Mercosul e Salão Anapolino de Artes Visuais onde recebe Prêmio do Salão.
Em 2021 é artista convidada do Panorama do Centro Cultural SP .
Entre 2023 e 2024, teve suas obras expostas no 37o Panorama das Artes MAM (São Paulo), no Center for Maine Contemporary Art (Estados Unidos), na mostra Direito à forma (Galeria Fonte, Intituto Inhotim), na exposição Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira, com curadoria de Emanuel Araújo e na mostra Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro, que contou com o curador Igor Simões e os curadores adjuntos Marcelo Campos e Lorraine Mendes. Em 2024, participa das coletivas “Bloco do Prazer, junto com Tracy Collins, no Museu de Arte do Rio, com curadoria de Amanda Bonan, Bitú Cassundé e Marcelo Campos.
Obras em destaque
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